Na vida, a gente tem que ser razoável sempre, pragmático sempre. Essa é uma das mais irrevogáveis Leis Eternas da Natureza, a que se baseia no Princípio da Não-Neurose e que rege a vida do Jac. Por causa disso, ele contribui financeiramente com todas as causas sociais de que toma conhecimento, ele entra em todos os programas de incentivo fiscal, ele recicla todo o lixo (de casa e do escritório) e só trabalha com material reciclado, ele aprendeu a cultivar a maconha que consome, ele incentiva todos os funcionários do escritório a estudarem, ele faz consultoria gratuita uma vez por semana pra quem não pode pagar e muitas outras coisinhas que toda gente moderna e consciente gosta de dizer que faz... Ele teve moral inclusive pra bancar o aluguel de umas salas que serviriam como sala-de-aula pra cursos diversos a serem dados a umas criancinhas carentes de uma associação de bairro que ele nem sabe direito como chama. O caso foi que o Sea tinha sido ameaçado por certos pais de alunos que se incomodaram com os modos pouco informais dele com a molecada: não teria problema nenhum no fato de ele abraçar as crianças e dar balinhas aos que faziam a lição se ninguém soubesse que ele era homossexual (segundo a Livi, um terminho deitado no campo semântico da doença). Homossexual!, credo!, o Jac sempre achou gay muito mais simpático, mas que-se-danasse. Quando o Jac percebeu que o Sea quase se matou de-verdade por causa disso, não teve dúvida e resolveu a situação, não só por amor de presentear o namorado, mas porque a gente tem que ser razoável: arranjou as salas sob condição do Sea permanecer trabalhando, mas continuou financiando as tais salas mesmo depois de ter rompido definitivamente o namoro.
Só-que o Jac é um cara tão ponderado, mas tão ponderado que chega a ter raiva de si mesmo vez-por-outra. Hoje era assim que ele tava, com raiva de si mesmo pelo que se determinou a fazer pra resolver uma situação muito delicada, a saber, a Situação-Olívia. Ela depois de grávida voltou a morar na casa do Jac por vontade própria, e o Jac aceitou sim, mesmo não querendo mais nada com ela. Aceitou porque junto dele ela teria toda a assistência e conforto que uma grávida deve ter, ainda mais uma grávida de filho dele. A condição pra isso foi que ela se esforçasse o menos possível – o Jac não queria o mínimo incidentezinho incomodando essa gravidez. O caso foi que, por causa de problemas de saúde, ele estava enfraquecido e foi cuidado por ela, coisa que o irritou profundamente, porque ela vinha cheia de gatisses e doçurinhas e ele não a afastava pra não ser mal-agradecido: ela tava achando que tinham retomado o casamento de onde pararam, a cretina! Mas não! Não tinham, ela era só a mãe do filho dele e mais nada, ninguém mandou voltar pro Brasil e não procurar por ele, caralho! Ela só viajou porque ele deu grana!, tava pensando o que?! Que vaca ingrata! O Jac fez questão de deixar isso muito claro tão logo convalesceu completamente. Agora era assim: a Livi viveria com ele até quando quisesse, mas não viesse bancar a esposinha não porque ela teve chance pra isso e desperdiçou... É, ele não queria mais. (Se bem que teve umas duas vezes... Ah! Era um saco isso, um puta saco!, o Jac era muito dependente de sexo e, como andava muito solto e solteiro, também andava sem trepar e isso fazia uma tensão imensa se acumular na alma e nas costas, uma coisa horrorosa, rapaz!, fazia um mal! Daí, né... Teve duas vezes, só duasinhas – duas naqueles dois meses não era nada, vai! – que ela veio boazinha, de camisolinha e gentileza, não deu pra segurar e até dormiram juntos depois, mas foi só!). Mas enfim...
Acontecia que o Jac tinha capacidade pra chegar em qualquer repartição pública e botar a maior moral em todo mundo, tinha capacidade pra “negociar” um fórum inteiro se precisasse, tinha capacidade pra destruir verbalmente qualquer pessoa desse mundo, tinha capacidade pra driblar três negos duma vez quando atacava no futebol, só não tinha capacidade pra lidar com uma grávida em depressão: não sabia o que fazer e não sabia como falar e não sabia nem onde pôr as mãos (parecia que suas mãos cresciam dez metros quando via a Livizinha lamentando pela casa). Achava que ela andava deprimida entre outras coisas pelo longo tempo que passava sozinha, já que o Jac tinha essa dinâmica de trabalhar em torno de dez a onze horas por dia e ela se sentia muito fraquinha pra sair. Mas não sabia se era por isso, ela não falava, que agonia! Mas de-um-jeito-ou-de-outro ela tinha que melhorar porque isso não era nada-nada saudável pro bebê, tem mulher que até aborta de mágoa que sente nos quatro primeiros meses.
Por causa disso tudo, precisava urgentemente de alguém com muito tato, alguém que gostasse da Livi, alguém muito maleável e divertido, alguém com horários flexíveis... Precisava do Siegfried, resumindo. E era por isso que agora ele tinha raiva de si mesmo, era obrigado a pedir favor (pedir favor, que ódio!!!) à última pessoa desse mundo que gostaria de encontrar, quanto mais pedir favor! Mas fazer o que, né? O que não tem remédio é o que já tá remerdiado! Tinha que encarar e seria agora. O telefone: chama...chama... chama...
“Hello! Quanto tempo, Jake! Ce tá bom, honey!”. _Tou. Mas tou com pressa, tenho mil coisas pra cuidar e... “Okay! E a que devo a honra da sua ligação, agora que você é o cara mais ex que eu já tive na vida?”_Tou... (sentia arranhar a garganta)... Tou... (pigarro)... precisando de você (voz entre dentes, quase um rosno). “Como? Não ouvi...” _Tou te precisando, é que a... “Como, Jake??? Fala mais alto, fala bem alto que eu não te entendi, você tá o que?” (era claro que o filho-da-puta tava entendendo, mas queria causar, obrigar a falar que precisava dele, bem crianção e vaidoso, esse era o Siegfried!)_Caralho! Já disse que eu tenho que falar rápido, eu preciso que você vá ver a Olívia... “Ela tá bem? O que-que ela tem?” _Tá deprimidíssima, tá emagrecendo muito pra quem tá grávida, vomita o tempo todo, não dorme, tá me deixando assustado e eu não sei o que fazer... “Mas ce não disse pra eu ficar longe do SEU filho? O filho tá na barriga dela e chegar nela significa me aproximar do SEEEEU filho, né?!” _Siegfried, por favor, vamos ser pragmáticos, você não sabe o quanto te ligar tá me custando... “Pelo contrário, honey, eu imagino sim! Hahahahaha... Ai-ai...” _Tá, tá bom, aproveita o gostinho, mas me diz que vai lá amanhã! “Na sua casa... Unh... Não vai dar, tou no Rio, tou com a Aimée, tou bem, não tou afim de me stressar... Esquece, liga pra outro” – e a vozinha sarcástica fez um terremoto se levantar na alma do Jac, ele tava quase gritando, teve de respirar fundo várias vezes pra se acalmar – “Jake, ce tá bem? Tá aí ainda? Se controla, Jake, olha o coração!” – (Pois-é, o coração...) _Sea, meu querido! Eu pago a porra da ponte-aérea pra você se for o caso... “E me pega no aeroporto também, honey?” _Eu te pago um táxi, não tou podendo te ver ainda! E nem me vem com papo de tá-com-medo-de-mim-ou-de-você porque não vai rolar. “Tá, e o que-que eu ganho pra servir de dama-de-companhia pra sua mulher?” _Ela não é minha mulher. E fala o que você quer logo, vai, qualquer coisa que eu possa pagar eu... “Que pagar o-que, meu! Tá pensando que tá falando com quem? Pra começar pára de falar grosso comigo que eu não gosto. Da última vez que a gente se falou você ainda tava mal no hospital e mandou um sai-da-minha-vida que acabou comigo e agora vem pedindo coisa. Só que nada do que você pode pagar me interessa. Eu quero o ver o DNA do bebê quando nascer e vou registrar se for meu, vou criar e tudo mais. É isso que eu quero”. O Jake, que já tinha perdido a calma, quase perdeu a cabeça. O Siegfried queria acabar com toda a vida do Jac mesmo, de qualquer jeito!, quis a mulher, quis a paz de espírito e o corpo do Jac, agora queria o bebê, ele simplesmente não tinha limite, devia ter nascido pra ser o descaminho do Jac. A gastura no estômago começava cedo: _Escuta aqui, Siegfried, isso tá fora de questão. Se tiver como negociar a gente continua conversando, do contrário, eu te chamo de novo pra cuidar da Olívia quando ela perder o bebê. Larga de ser egoísta – começou a achar que o Siegfried tava mais retaliando que querendo ser pai, mas se fosse assim, tanto melhor. Como ele não respondia, o Jac continuou, depois de uma boa pausa pra pensar: _Olha, você pode encontrar o bebê durante a semana sempre que quiser, a Olívia não morar comigo pra sempre, quando ela sair da minha casa você... “Ah!, você não vai querer criar? Achei que sim. Repensa isso aí porque se a Lívia nem queria ter, é provável que ela queira que ele fique com você se for teu mesmo...” _É meu! Mas isso cabe a ela, ela é mãe. Se ela não quiser é claro o bebê vai morar comigo, daí você vê de final-de-semana. Mais que isso não vai dar, eu vou registrar de qualquer jeito e vai ser melhor pra todo mundo, principalmente pra criança que vai ter de tudo...
“Principalmente pra você, né? E ainda me chama de egoísta... Olha, eu não sei, viu... Não sei... Isso não é muito justo, talvez seja melhor mas... Sei lá... Ce sabe se a Lívia quer me ver por um acaso?” _Ela precisa... Ela precisa de atenção, Siegfried. E ela gosta de você, não tem porque não querer. “Tá, e ela não tá com você, deve tar facinha-facinha, e isso significa que eu posso comer, né?” Sem dúvida, tudo o que falava era pra desconsertar! – Na minha casa eu preferia que não, mas como eu não vou ter como saber, então, faz o que ce quiser. Única coisa, não quero te encontrar lá então vê se se-manda antes de eu chegar do trabalho. Eu vou mandar grana na tua conta hoje, você pega um avião, um táxi e chega aqui amanhã pela manhã. Se for dormir em Guarapiranga, vai de táxi também, tá?! Agora eu tenho que trabalhar, qualquer coisa, ce me liga. “Olha, eu não devia, mas eu vou aceitar que você arruíne minhas férias...” _Ah, deixa de cu-doce! Eu sei que ce quer vir... Até mais! – o nervoso passou de repente! “Saudade, Jake! Tchau...” – o tchau nasalado soava como te-amo e o Jac respondeu “também”, por pura força do mau-hábito (será?) e bateu o telefone, meio arrependido, meio com saudade mesmo.
Só-que o Jac é um cara tão ponderado, mas tão ponderado que chega a ter raiva de si mesmo vez-por-outra. Hoje era assim que ele tava, com raiva de si mesmo pelo que se determinou a fazer pra resolver uma situação muito delicada, a saber, a Situação-Olívia. Ela depois de grávida voltou a morar na casa do Jac por vontade própria, e o Jac aceitou sim, mesmo não querendo mais nada com ela. Aceitou porque junto dele ela teria toda a assistência e conforto que uma grávida deve ter, ainda mais uma grávida de filho dele. A condição pra isso foi que ela se esforçasse o menos possível – o Jac não queria o mínimo incidentezinho incomodando essa gravidez. O caso foi que, por causa de problemas de saúde, ele estava enfraquecido e foi cuidado por ela, coisa que o irritou profundamente, porque ela vinha cheia de gatisses e doçurinhas e ele não a afastava pra não ser mal-agradecido: ela tava achando que tinham retomado o casamento de onde pararam, a cretina! Mas não! Não tinham, ela era só a mãe do filho dele e mais nada, ninguém mandou voltar pro Brasil e não procurar por ele, caralho! Ela só viajou porque ele deu grana!, tava pensando o que?! Que vaca ingrata! O Jac fez questão de deixar isso muito claro tão logo convalesceu completamente. Agora era assim: a Livi viveria com ele até quando quisesse, mas não viesse bancar a esposinha não porque ela teve chance pra isso e desperdiçou... É, ele não queria mais. (Se bem que teve umas duas vezes... Ah! Era um saco isso, um puta saco!, o Jac era muito dependente de sexo e, como andava muito solto e solteiro, também andava sem trepar e isso fazia uma tensão imensa se acumular na alma e nas costas, uma coisa horrorosa, rapaz!, fazia um mal! Daí, né... Teve duas vezes, só duasinhas – duas naqueles dois meses não era nada, vai! – que ela veio boazinha, de camisolinha e gentileza, não deu pra segurar e até dormiram juntos depois, mas foi só!). Mas enfim...
Acontecia que o Jac tinha capacidade pra chegar em qualquer repartição pública e botar a maior moral em todo mundo, tinha capacidade pra “negociar” um fórum inteiro se precisasse, tinha capacidade pra destruir verbalmente qualquer pessoa desse mundo, tinha capacidade pra driblar três negos duma vez quando atacava no futebol, só não tinha capacidade pra lidar com uma grávida em depressão: não sabia o que fazer e não sabia como falar e não sabia nem onde pôr as mãos (parecia que suas mãos cresciam dez metros quando via a Livizinha lamentando pela casa). Achava que ela andava deprimida entre outras coisas pelo longo tempo que passava sozinha, já que o Jac tinha essa dinâmica de trabalhar em torno de dez a onze horas por dia e ela se sentia muito fraquinha pra sair. Mas não sabia se era por isso, ela não falava, que agonia! Mas de-um-jeito-ou-de-outro ela tinha que melhorar porque isso não era nada-nada saudável pro bebê, tem mulher que até aborta de mágoa que sente nos quatro primeiros meses.
Por causa disso tudo, precisava urgentemente de alguém com muito tato, alguém que gostasse da Livi, alguém muito maleável e divertido, alguém com horários flexíveis... Precisava do Siegfried, resumindo. E era por isso que agora ele tinha raiva de si mesmo, era obrigado a pedir favor (pedir favor, que ódio!!!) à última pessoa desse mundo que gostaria de encontrar, quanto mais pedir favor! Mas fazer o que, né? O que não tem remédio é o que já tá remerdiado! Tinha que encarar e seria agora. O telefone: chama...chama... chama...
“Hello! Quanto tempo, Jake! Ce tá bom, honey!”. _Tou. Mas tou com pressa, tenho mil coisas pra cuidar e... “Okay! E a que devo a honra da sua ligação, agora que você é o cara mais ex que eu já tive na vida?”_Tou... (sentia arranhar a garganta)... Tou... (pigarro)... precisando de você (voz entre dentes, quase um rosno). “Como? Não ouvi...” _Tou te precisando, é que a... “Como, Jake??? Fala mais alto, fala bem alto que eu não te entendi, você tá o que?” (era claro que o filho-da-puta tava entendendo, mas queria causar, obrigar a falar que precisava dele, bem crianção e vaidoso, esse era o Siegfried!)_Caralho! Já disse que eu tenho que falar rápido, eu preciso que você vá ver a Olívia... “Ela tá bem? O que-que ela tem?” _Tá deprimidíssima, tá emagrecendo muito pra quem tá grávida, vomita o tempo todo, não dorme, tá me deixando assustado e eu não sei o que fazer... “Mas ce não disse pra eu ficar longe do SEU filho? O filho tá na barriga dela e chegar nela significa me aproximar do SEEEEU filho, né?!” _Siegfried, por favor, vamos ser pragmáticos, você não sabe o quanto te ligar tá me custando... “Pelo contrário, honey, eu imagino sim! Hahahahaha... Ai-ai...” _Tá, tá bom, aproveita o gostinho, mas me diz que vai lá amanhã! “Na sua casa... Unh... Não vai dar, tou no Rio, tou com a Aimée, tou bem, não tou afim de me stressar... Esquece, liga pra outro” – e a vozinha sarcástica fez um terremoto se levantar na alma do Jac, ele tava quase gritando, teve de respirar fundo várias vezes pra se acalmar – “Jake, ce tá bem? Tá aí ainda? Se controla, Jake, olha o coração!” – (Pois-é, o coração...) _Sea, meu querido! Eu pago a porra da ponte-aérea pra você se for o caso... “E me pega no aeroporto também, honey?” _Eu te pago um táxi, não tou podendo te ver ainda! E nem me vem com papo de tá-com-medo-de-mim-ou-de-você porque não vai rolar. “Tá, e o que-que eu ganho pra servir de dama-de-companhia pra sua mulher?” _Ela não é minha mulher. E fala o que você quer logo, vai, qualquer coisa que eu possa pagar eu... “Que pagar o-que, meu! Tá pensando que tá falando com quem? Pra começar pára de falar grosso comigo que eu não gosto. Da última vez que a gente se falou você ainda tava mal no hospital e mandou um sai-da-minha-vida que acabou comigo e agora vem pedindo coisa. Só que nada do que você pode pagar me interessa. Eu quero o ver o DNA do bebê quando nascer e vou registrar se for meu, vou criar e tudo mais. É isso que eu quero”. O Jake, que já tinha perdido a calma, quase perdeu a cabeça. O Siegfried queria acabar com toda a vida do Jac mesmo, de qualquer jeito!, quis a mulher, quis a paz de espírito e o corpo do Jac, agora queria o bebê, ele simplesmente não tinha limite, devia ter nascido pra ser o descaminho do Jac. A gastura no estômago começava cedo: _Escuta aqui, Siegfried, isso tá fora de questão. Se tiver como negociar a gente continua conversando, do contrário, eu te chamo de novo pra cuidar da Olívia quando ela perder o bebê. Larga de ser egoísta – começou a achar que o Siegfried tava mais retaliando que querendo ser pai, mas se fosse assim, tanto melhor. Como ele não respondia, o Jac continuou, depois de uma boa pausa pra pensar: _Olha, você pode encontrar o bebê durante a semana sempre que quiser, a Olívia não morar comigo pra sempre, quando ela sair da minha casa você... “Ah!, você não vai querer criar? Achei que sim. Repensa isso aí porque se a Lívia nem queria ter, é provável que ela queira que ele fique com você se for teu mesmo...” _É meu! Mas isso cabe a ela, ela é mãe. Se ela não quiser é claro o bebê vai morar comigo, daí você vê de final-de-semana. Mais que isso não vai dar, eu vou registrar de qualquer jeito e vai ser melhor pra todo mundo, principalmente pra criança que vai ter de tudo...
“Principalmente pra você, né? E ainda me chama de egoísta... Olha, eu não sei, viu... Não sei... Isso não é muito justo, talvez seja melhor mas... Sei lá... Ce sabe se a Lívia quer me ver por um acaso?” _Ela precisa... Ela precisa de atenção, Siegfried. E ela gosta de você, não tem porque não querer. “Tá, e ela não tá com você, deve tar facinha-facinha, e isso significa que eu posso comer, né?” Sem dúvida, tudo o que falava era pra desconsertar! – Na minha casa eu preferia que não, mas como eu não vou ter como saber, então, faz o que ce quiser. Única coisa, não quero te encontrar lá então vê se se-manda antes de eu chegar do trabalho. Eu vou mandar grana na tua conta hoje, você pega um avião, um táxi e chega aqui amanhã pela manhã. Se for dormir em Guarapiranga, vai de táxi também, tá?! Agora eu tenho que trabalhar, qualquer coisa, ce me liga. “Olha, eu não devia, mas eu vou aceitar que você arruíne minhas férias...” _Ah, deixa de cu-doce! Eu sei que ce quer vir... Até mais! – o nervoso passou de repente! “Saudade, Jake! Tchau...” – o tchau nasalado soava como te-amo e o Jac respondeu “também”, por pura força do mau-hábito (será?) e bateu o telefone, meio arrependido, meio com saudade mesmo.
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